“Eu nasci em 1976 e cresci no interior da Inglaterra em Kent, conhecido por muitos como 'Jardins da Inglaterra'. Minha memória mais remota é sempre sobre as estórias lidas pela minha mãe quando eu era criança... como eu me sentia estando ao seu lado, escutando a sua respiração exasperada quando ela fazia uma pausa como efeito, antes de se lancer na voz de um novo personagem. Ela era uma professora de inglês, e lia para mim quase todos os dias, numa idade que eu não podia admitir aos meus amigos. Ela deixou em mim o mais precioso presente que uma mãe pode deixar, sua imaginação e sua crença na beleza.... isso se tornou minha base, e o lugar a qual eu sempre tento retornar com o meu trabalho e nos meus sonhos."
"Crescida, arte se tornou minha paixão. Eu estudei até os 25 anos, cursando História da Arte, fotografia, Arte Clássica, e então no London College of Fashion “Figurinos para cinema e teatro”. Depois de graduada trabalhei um tempo na industria da moda, decidi então retornar a faculdade para completar o curso de “Fashion Design”com honras, em Ravensbourne no verão de 2001. Neste mesmo periodo trabalhei como estagiária nos studios de Alexander McQueen e Hussein Chalayan, ambos me influenciaram imensamente."
"Desde então trabalhei como designer de moda em tempo integral para uma marca global de roupas, até 2007 quando uma doença trouxe uma mudança pessoal, e me levou a pegar uma camera. Eu não sei explicar como isso aconteceu, mas uma nova, profunda e genuine necessidade estava nascendo. Eu costumava dizer que eu nunca tinha realmente olhado através das lentes de uma camera...a vida era diferente, mais bonita, mais triste, e extrema em todos os sentidos da palavra. Pessoas importavam, como eles sentam, como eles dormem, como eles aparentam quando eles acham que ninguém está se importando. Eu me apaixonei pelos rostos estranhos, e fotografar me deu um novo objetivo... é isso, desde março de 2008."
"Tragicamente minha mãe foi diagnosticada com um tumor cerebral, e meu mundo caiu. Fotografia se tornou minha válvula de escape quando eu não conseguia mais falar sobre como me sentia. Eu me perdi nas ruas fotografando aquela tristeza que refletia a tristeza e a perda que eu estava sentido. Em seguida eu inverti a camera e passei a me fotografar durante o ano mais dificil da minha vida. Isso se tornou a minha fantasia que bloqueou o mundo real, e um lugar onde eu podia voltar às minhas lembranças de minha mãe, longe daqueles muros dos hospitais."
"Ela morreu em novembro de 2008, e isso foi quando a fotografia me engoliu, se tornou uma paixão inexplicavel que eu não podia mais parar. Eu me achei então produzindo peças que ecoavam as memorias das histórias de minha mãe, e na crença no maravilhoso que eu sempre senti quando criança. Combinando meus vários “backgrounds”, eu agora criava imagens onde tudo havia sido criado e produzido por mim, e um pequeno time. As roupas, os adereços, os sets e acessórios, eram todos parte do processo que finalmente é gravado no produto final da fotografia. Isso é guiado pela necessidade de produzir peças dos meus sonhos, e tornar isso possivel para o mundo real. Essa criação fisica é a minha parte favorita, e tem me levado a lugares que sem eles não poderia ter conhecido. Eu caminhei em neve coberta por flores, parei em lagos ao pôr-do-sol, pintei árvores, incendiei cadeiras, fiz guarda-chuvas fumegantes, e perucas gigantes com flores roubadas. Eu ri, me vi maravilhada e acabei admirada pelo fato de ter deixado passer despercebido tudo o que eu havia passado anteriormente até agora."
"A Vida se tornou um lugar diferente, ‘uma segunda chance’ é talvez a única forma de descrever isso, e por isso que sou tão agradecida. Eu tive meus olhos abertos, e não importa quão triste o inicio disso foi...eu vou ser sempre agradecida pelo fato desse pequeno e precioso despertar ter acontecido...”
KIRSTY MITCHELL
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