sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CINDY SHERMAN


 Virando a câmera para si mesmo, Cindy Sherman construiu um nome como uma das mais respeitadas fotografas do final do século XX. Mesmo que suas fotografias sejam fotos dela mesmo, não significam que são Auto-Retratos. Cindy Sherman usa a si mesmo como um veículo para falar de vários assuntos do mundo moderno: o papel da mulher, o papel do artista e muitos mais. E é através desse trabalho ambíguo e eclético que Sherman tem desenvolvido um estilo e assinatura distintos. Também nas diversas séries de trabalho Sherman tem criado um desafio e levantado importantes questões sobre o papel e a representatividade da Mulher na sociedade, da Media e da criação da arte.
 A vida de Sherman começou em 1954, em Glen Ridge, New Jersey, um suburbio de New York City. Sua família mudou-se logo após seu nascimento, Sherman era a mais nova de cinco filhos na cidade de Huntington, Long Island. Diferente de alguns amigos, Sherman não estava envolvida com arte desde sua juventude. Seus pais não eram envolvidos com arte; seu pai era engenheiro e sua mãe trabalhava como professora. Filho temporão na vida dos pais, o pai de Sherman se aposentou quando a filha estava na quinta série do primário. Segunda Sherman “Até a época do colegial eu não tinha idéia do que acontecia no mundo das artes. Minha noção de ser artista quando criança eram aqueles cartunistas que ficavam na sala do tribunal desenhando o que acontecia na sala. Meus pais tinham um livro, tipo, as cem pinturas mais bonitas, que incluia Dali e Picasso entre outros artistas recentes”. Tirando a falta de interesse pelas artes de seus pais, eles a apoiaram quando ela decidiu entrar na escola de arte assim que terminou o colegial, mas a sua mãe deu a dica para que ela fizesse algumas aulas de magistério só como precaução. Assim Sherman iniciou no mundo das artes na Universidade do Estado de Buffalo, Estados Unidos.
 Ela iniciou na pintura, até que um dia ela sentiu que esse ramo já tinha esgotado. Frustada com as limitações da pintura e sentindo que ela havia feito tudo o que podia, ela desistiu. “Não há mais nada a se dizer (sobre a pintura). Eu estava meticulosamente copiando outras pinturas e eu percebi que poderia usar uma câmera e usar meu tempo em outras idéias.” E isso foi o que ela fez. Assim Sherman iniciou-se na fotografia no tempo que restava em Buffalo. Durante esse periodo ela conheceu uma pessoa que se tornou muito importante na sua vida: Robert Longo. Juntamente com Longo e Charles Clough, Sherman formou o HALLWALLS, um espaço para artistas independentes onde ela e outros artistas faziam suas exposições.









 Após sua formatura em 1976, ela mudou-se para Nova York onde decidiu começar sua carreira nas artes. Alugando um loft na Rua Fulton em Manhattan Sherman começou tirando fotos de si mesmo. Essas fotos ficaram conhecidas como Untitled Film Stills, talves o trabalho mais conhecido de sua carreira. Nessas fotografias, no inicio de 1977, Sherman se posicionou como atrizes de filmes B. Essas fotos mostram Sherman vestida com perucas, chapéus, vestidos, roupas diferentes dela mesmo, atuando como as atrizes. Mesmo que algumas pessoas possam erroneamente chamar essas fotos de Auto-Retratos, essas fotos apenas brincam com elementos de um auto-retrato e são algo muito diferente. Em cada uma dessas fotografias Sherman interpreta um tipo (persona) – não uma pessoa que exista, mas uma pessoa fabricada, uma pessoa ficcional. Há o arquetipo da Dona de Casa, da Prostituta, da Mulher Angústiada, da Mulher em Lágrimas, A Dançarina, a Atriz, a Maleável, como um camaleão Sherman interpreta todos esses personagens.
 Há também algumas pistas da personalidade de Sherman nas fotografias – cada uma é tão unica e ambigua que o espectador é deixado mais confuso que claro sobre a verdadeira natureza de Sherman. Ela completou o projeto em 1980, quando ela “esgotou seus clichés” com o qual trabalhar. Esse projeto deu a Sherman muita publicidade e foi aclamada pela critica, que conseguiu seu primeiro show-solo, exibição em um espaço não visando a lucratividade , The Kitchen, em Nova York. Em 1980 ela também criou uma série chamada “Rear-Screen Projections” na qual, similarmente ao “Film Stills” Sherman esta “fantasiada”e desfilando contra um projetor na parede.







 Em 1981 Sherman foi contratada pela respeitável revista ARTFORUM para fazer a “Centerfold” para uma das edições a serem publicadas. Sherman iniciou uma série de imagens com estetica coesa: a camera é posta sobre ela, que está agachada na chão com uma expressão de devaneio. Esta série, assim como uma adicional serie de Sherman em um robe pink, foi rejeitada pela editora da Artforum, Ingrid Sischy, que alegou que essas fotografias “poderiam ser incomprendidas”.
 Sherman mudou quase que completamente seu estilo na série que é conhecido como “Desastres e Contos de Fadas”. Pela primeira vez na sua carreira, ela não era a modelo em todas as imagens. Fotografada entre 1985 e 1989, essas imagens de longe são mais grotescas que seu trabalho anterior. Vestida intencionalmente para parecer assustadora e deformada, Sherman utiliza partes de bonecas e proteses corporais substituindo suas partes verdadeiras, em muitas fotos há vomito, mofo e outras substâncias. Ela queria explorar o nojento, e essas são coisas com a qual poderia encontrar alguma beleza.
 Entre 1988-1990 ela interpretou personagens famosos pinturas famosas. Utilizando-se de pinturas especificas como referencias. Nessa época alegou que não gosta de museus, “Mesmo quando eu estava fazendo essas fotografias históricas, Eu estava morando em Roma mas nunca fui a museus ou igrejas lá. Eu trabalhei com livros, com reproduções. Esse é um aspecto da fotografia que eu aprecio, conceitualmente: a imagem pode ser reproduzida e vista a qualquer momento, em qualquer lugar, por qualquer um.”

 








 Em 1992 Sherman embarcou em uma série chamada “Sex Pictures”. Pela primeira vez Sherman está completamente ausente nas imagens, utilizando apenas peças de bonecas e partes de proteses posando em fotos altamente sexuais. Proteses de genitais, masculina e feminina, sào amplamente utilizadas em close-up. Essas fotografias têm a intenção de chocar.
 Recentemente Sherman voltou a usar a si mesmo como modelo. Em uma recente exibição no New York Gallery, Metro Pictures, Sherman apresentou uma série de imagens como as Mulheres da California, essas mulheres são mais uma vez apenas tipos, A Personal Trainer, a Ex- Corretora de Imóveis, a Divorciada. Sherman manipula com a idéia de Retratos e utiliza um fundo neutro para essa série de fotografias. Contrario de seu trabalho no inicio da carreira, essas imagens tentam ser mais realistas de personagens criados, não fragmentos de narrativas. Sherman continua a trabalhar nesse projeto, na cidade onde mora atualmente, Nova York.









  
CINDY SHERMAN
REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS
MASTERS OF PHOTOGRAPHY
O CINEMA SEGUNDO CINDY SHERMAN
GUEST OF CINDY SHERMAN
CINDY SHERMAN: CHARACTERS
UM BRINDE À CINDY SHERMAN
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CINDY SHERMAN E A FOTO MAIS CARA DO MUNDO 
BBC
WIKIPEDIA

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